terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Caricatura de Eduardo Vetillo por Bira Dantas


O cartunista e quadrinhista Bira Dantas lançou campanha na Internet em que pede que votem em mim (e em Dag Lemos) como Mestres do Quadrinho Brasileiro.
Agradeço por esta mobilização; aliás, do Bira, só se pode esperar atitudes
desta natureza. Foi um grande presente de natal para este velho desenhista. Espero
ainda um outro presente que é poder contar com saúde e pique para enfrentar a prancheta de cada dia e continuar tb desfrutando da amizade dos velhos companheiros, dos quais ele está na linha de frente.

FOTOLOG ART3 XPRESION
Aqui está a postagem feita:
http://www.fotolog.com.br/art3_xpresion/79124344
"Quero fazer uma campanha para o troféu Angelo Agostini, premiação do Quadrinho Brasileiro:
No quesito Mestres, gostaria de pedir o voto em dois grandes nomes do Quadrinho Brasileiro:

EDUARDO VETILLO E DAG LEMOS

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

De volta às charges e aos Blogs





BLOG NOVO
Estas charges (e muitas outras) são postadas e comentadas pelo meu amigo do peito, o jornalista pra lá de bem informado, Elias Aredes. Foram anos trabalhando e gargalhando no Depto de Imprensa do Sinergia em Campinas. Leiam o recado dele e sigam o Blog:
"Pessoal:
Ao conversar com meu velho amigo de guerra, o chargista Bira Dantas decidimos que era hora de juntarmos forças na internet
Começamos a partir de hoje um blog em que este nobre e pobre escriba fará os textos e ele ficará encarregado das ilustrações.
Será um espaço para abordar os dois assuntos que gosto, estudo e aprecio: politica e futebol. Lógico, livros, músicas e leituras também serão bem vindos.
Para todo mundo lembrar fácil, batizei o blog com o seguinte nome: http://www.bolacomgravata.wordpress.com
O antigo endereço meu vou preservar por causa dos textos antigos mas ele não será desativado...
Espero que gostem
Vou tentar sempre fazer um texto por dia...Claro, sempre com a ilustração preciosa do Bira."

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

HOMENAGEM ÀS MULHERES NOS QUADRINHOS


Recebi o toque do Angelo France (meu ex-aluno, excelente ilustrador, caricaturista e parceiro em algumas caricas e cartuns)
http://angelofrance.deviantart.com
sobre este evento na web: homenagem às mulheres, personagens de HQs.
http://ladyscomics.com/2010/09/28/esse-convite-e-pra-voce
Adorei a ideia e entrei em conatato com as meninas. Fui convidado a fazer a minha ilustra. Segue aí. É uma homenagem a todos que criaram personagens femininas.
Rian (Nair de Teffé) que foi o nome da Escola de Arte do Gualberto e do Jal no fim dos anos 70, Ciça, Fortuna, Luiz Sá, Miguel Paiva são mestres queridos.
Mas quero falar em especial de Henrique Magalhães, da editora Marca de Fantasia, Anita e de Paulo Monteiro.
Henrique:
Este lutador paraibano, merece a homenagem, não só pelo trabalho de gigante, pela editora, pelo resgate da história e do apoio ao Quadrinho nacional...
http://www.marcadefantasia.com
Merece pela sua personagem de tiras, Maria!!!!!!!!!!!!!!!
É um presente pra todas mulheres e homens que são meio coração mole, como eu...
Paulo Monteiro, grande colega que dividiu o Sindiluta (boletim diário do Sindicato dos Químicos de São Paulo) comigo. Exemplo de criatividade, sensibilidade e coragem. Elaborou personagens operários com uma inventividade digna do Henfil. É uma honra ser seu parceiro, inclusive no recente Gibi do Matuzalém, candidato do PT.
Anita Costa, uma outra tirista corajosa, que nada contra a corrente e mostra que não tem medo. Nem de cara feia. E sempre que me encontra, é de uma delicadeza, uma gentileza, que comovem.
Realmente os coloco num panteão especial, com Rian, Ciça, Anita, Henfil, Miguel Paiva, Luiz Sá, Fortuna.
Espero aumentar esta homenagem, tem Angeli, Marcio Baraldi, Ziraldo, Mauricio de Souza, e até eu (que criei a Maria dos Remédios pro Sindiquim SP).
Criar personagens mulheres e libertárias é um ato de coragem.
Assim como o é criar personagens negros, operários, sem-terra.
Numa sociedade machista, branca, preconceituosa, elitista, conservadora, hipócrita, ver que alguns Quadrinhistas rompem com a mente colonizada e colonizadora, é um alento!
Parabéns a todos que rompem com a mediocridade!

PARABÉNS ÀS MULHERES BRASILEIRAS, QUE TIVERAM DUAS MULHERES CONCORRENDO, E AGORA TÊM UMA MULHER PARA VOTAR PRA PRESIDENTE!
Há 78 anos atrás, as mulheres brasileiras não podiam nem votar!
Vocês podem imaginar o que é isso?
As mulheres eram vítimas, não só do abuso do marido, da sociedade, dos patrões, mas de toda uma mentalidade que ia da Justiça à crença religiosa.
E essa mesma discriminação se mostra forte nesta eleição.
Mentiras, boataria, preconceito puro e simples contra a candidata que ousou se levantar contra séculos de perversa dominação.
Antes dela, um operário, fez a mesma coisa.
E foi bem sucedido!
Mas com o mesmo custo: sendo discriminado, vilipendiado, difamado.
Apesar de toda esta campanha sórdida da imprensa brasileira, tem 96% de aprovação e é bem falado em todo mundo.
Uma bofetada na cara da mídia.
E, com a ajuda dos setores progressistas da sociedade, vai romper com o preconceito e fazer sua sucessora, que deverá continuar o processo de transformação do Brasil, de um gigante adormecido, no GIGANTE que já é.
VIVA A MULHERADA BRASILEIRA!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

Assista a apuração na TV 48 Horas

http://www.revistaforum.com.br/blog/









quinta-feira, 30 de setembro de 2010

1 HORA DE BATE-PAPO ENTRE TITÃS


1 HORA DE BATE-PAPO ENTRE TITÃS
Eduardo Vetillo e Wilde Portela
http://blogdochet.blogspot.com
intermediado por Bira Dantas
http://chargesbira.blogspot.com
via Facebook.

Caro leitor, você imagina o que acontece quando duas lendas vivas da HQ brasileira se encontram na internet? Vetillo e Wilde, parceiros de Chet, um dos ícones dos Quadrinhos de Farwest no Brasil, não se falavam há 20 anos. Este digitador que lhes fala presenciou uma verdadeira epopéia com dois Gigantes. De um lado (em Olinda), um mestre das letras e da narrativa quadrinhística. De outro (em Campinas/SP) , um mestre do traço no bico-de-pena, das pinceladas aquareladas, dos desenhos enquadrados. No meio, um reles mortal com mania de vislumbrar sonhos. Um Ulisses, tentando achar o caminho de casa, perdido no oceano, maravilhado com Gigantes Olímpicos, monstros e sereias. Como cantou Gil, o genial ex-ministro da Cultura (um dos melhores que já tivemos) ”fazendo uma jangada de gigabytes, pra navegar nas ondas deste infomar, aproveitando a vazante da infomaré”.

εξασφαλιστεί ότι οι θεοί για εμάς.
(Que os Deuses velem por nós)

Bira: Oi, Wilde, estamos aqui.
Edu: O Wilde foi o melhor roteirista com quem trabalhei!
Wilde: Caramba!

Bira e Edu: Caramba dizemos nós!
Wilde: Mas com o Vetillo nos desenhos, era fogo. Adorava ver aqueles traços nervosos e com um movimento incrível. O Vetillo tinha um estilo bem pessoal.
Bira: Vixi, to vendo que essa conversa a três vai parar no site Bigorna.
Edu: E o relançamento do Chet, como foi isso, quem fez?

Wilde: Foi uma editora do Paraná.
Edu: Puxa, quantos anos de janela, que bom que os Quadrinhos estão voltando.
Wilde: Rapaz, que prazer enorme. Dia desses minha irmã, que foi casada com Ota, falou de você e comentamos seus desenhos...

Bira: Eita, diabo, danou-se!
Edu: A Su?
Wilde: Não, a Fátima. Mas falando do Chet, era aquele lance, quando eu pegava a revista que vinha com o traço do Vetillo, eu lia tudo com calma, degustando cada quadro e aí, eis que vejo o cara do lado do amigo Bira.

Edu: Eu achava muito bacanas roteiros com três acontecimentos simultâneos, que acabavam com um desfecho único.
Wilde: Pois é, dica de noveleiro. Uma trama e três paralelas. Sabe, gosto de escrever assim... Às vezes fico numa situação complicada, pois não gosto de escrever sinopse. E, gozado que o Vetillo seguia, direitinho, as tomadas de cena que eu descrevia. Era arretado!

Bira: É, estou aqui de bagrinho em aquário de tubarão. Só fera!
Wilde: Você também é fera, Bira! Jovem fera, desenha minha cara pra eu botar no Facebook e no Orkut!
Bira: Demorou. Faço amanhã!
Wilde: Eba!
Edu: Wilde, ainda quero desenhar mais HQs com roteiros teus.

Bira: Opa, senti de novo a parceria no ar!
Wilde: Amarra o endereço do Vetillo, pois to levando a sério a nova-velha parceria Wilde-Vetillo. Pra mim será uma das grandes honras. Além de bater aquele sentimento, né? Será uma história épica, clássica.
Edu: Bem no estilo Wilde.

Wilde: E também o Ota adora o Vetillo.
Bira: Falando em épico, o Vetillo acabou de entregar a Ilíada em quadrinhos pra editora Cortez. Tudo a ver com o momento de vocês! E quanto ao meu velho amigo Watson Portela?
Wilde: Tá na Bat-caverna. Nas Paralelas. Virou entidade, lenda!
Bira: Como assim, não sai mais de casa? Onde ele está morando? Ele está publicando HQ?

Wilde: Na casa de meus pais, no Recife, escondidão mesmo. Desenhou várias HQs. Estão lacradas na gaveta.
Bira: Puxa vida, gosto tanto dele, conheci Watson no Encontro de Quadrinhos em Araxá. Ele via minhas charges e queria por tudo que eu desenhasse Ficção. Eu dizia que nunca ia desenhar espaçonaves e roupas alienígenas como ele, com aquele detalhamento, luz e sombras, hachuras maravilhosas.
Wilde: Vetillo, você tem os Chets que desenhou?

Edu: Só o #1 com capa do Ofeliano.
Wilde: Eu tenho três, o #1, um especial e um que você desenhou uma história de caravana quando a turma comia até rato pra sobreviver.
Edu: Raridades! Toma conta direitinho e me manda cópias de tudo.

Bira: Rato ou preá? Hauhauhuahuahuauhauh!
Wilde: Ratazana do deserto mesmo, gabiruzão. A história chamou atenção. Parecia um filme por causa dos desenhos do Vetillo e do tema.
Bira: Wilde, minha família é do nordeste, do RN. O casamento do meu irmão mais velho, Libanio com Gilma Cyrne (parente do Moacyr), foi no sertão de São José do Seridó. Na festa eu comi um pedaço de preá torrado que só fazia crescer na minha boca. Preá, nunca mais!

Wilde: KKKKKKKKKK. Preá não como nem a pau, nem tatu-peba.
Bira: Nem Tatu-man, o meu personagem?
Wilde: Respeito o Tatu-man!
Todos: Hauhauhauauuauauhauha!
Wilde: Um dia comi gia (um tipo de rã) enganado e quando soube... UAHHHHHHH!

Thaís: Que nojento!
Wilde: Rsrsrsrsrs. Beleza, ela tem razão!
Edu: E o Ota ainda está com sua irmã mais velha?
Wilde: Tá mais não. E é irmã mais nova, pô! Botei a bichinha no colo! Faço parte do The Bengalas Boys Club. Tony Fernandes também.

Edu: O Ota é feio que só uma desgraça, ela é doida!
Wilde: Rapaz, doidaça! E continua doidaça. E falei com ele recentemente, um papo doido de dar em doido! E como sou doido, bateu não... Mas dá pedal.
Bira: Cara, eu vou colocar tudo isso no Bigorna, tem alguma coisa que quer que eu tire?

Wilde: Não! Pode colocar tudo no Bigorna!
Edu: Você lembra da gravata do Ota, mais cumprida que a do Didi? Ia até os pés...
Wilde: Rsrsrsrsrs. Vero! A gravata tronxa! Lembro sim, Ota era desajeitado paca! Pegava um ônibus cheio e antes de subir, comprava um sanduba de carne-de-porco e ia comendo em pé, o maior cheiro e a maior meleca!
Bira: Com o futunzão rolando solto! Esse é o Ota...

Wilde: Isso. Ele se pendurava com uma mão e com a outra comia o enorme sanduba e ia se melcando todo.
Edu: Mas o Ota tinha uma moral fdp no Rio.
Wilde: Ota tem moral em tudo que é canto. Ele é ferrado como editor, uma cabeça pensante.
Bira: Até em bordel, Ota tem moral!

Wilde: Lá ele perdeu. Foi roubado por três travecos e não passou mais por lá.
Bira: Que nem o Roaldo gordo? Virge santa, a fome era tanta!
Wilde: Bom, por aí...
Edu: Peter Bogdonovich está fazendo um documentário sobre John Ford.
Wilde: Ford? Meu ídolo, cara! Acabei de receber “The searchers - Rastros de ódio”, com o velho Duke, dirigido por Ford.
Edu: Uma obra-prima. Bendita seja a Irlanda.

Wilde: Bendita sim, se não fosse ela, já viu... Uma obra-prima mesmo. Já assisti cinco vezes e hoje vou assistir de novo. Atualmente estou tentando fazer uma HQ cm levada de filme.
Bira: Tem que ter Vetillo no meio.
Wilde: E vai, cara! Se ele topar, uma história sem legendas, saca? Só balões, falas. Quero fazer uma Graphic Novel, formato americano. Editora tem. Portanto, acho que a dupla Vetillo-Wilde dá pedal e vende (sem falsa modéstia)!

Edu: Sempre deu. Eu estou com muito trabalho no momento, mas com certeza, vamos voltar a trabalhar juntos. Qualquer idéia, me envie pelo correio.
Bira: O Vetillo e você, Wilde, estão na crista da onda. Massa total!
Wilde: Massa real. Papo bom é curto assim mesmo. Quando você falou que o Vetillo ia no teu estúdio, desisti de ir na casa do papa&mamma. Seria bom num boteco.
Edu: Que todos nossos projetos sejam “Ases”!

Bira: Abração Wilde. Prazer falar contigo. Mande um abraço especial pro Watson e pergunte se ele recebeu meu Birazine pelo correio.
Edu: Um abraço fordiano pra você!
Bira: Estamos que nem três pintos no lixo!
Wilde: Outro pra você. Abraços em você e no Vetillo. Valeu mesmo! Foi um prazer enorme que você me proporcionou, Bira, entrar em contato com o Vetillo novamente! Alegre que só! E tem um lance aqui de Frei Caneca em HQ, pra escola e pra crianças, você tá no meio, se te interessar.

Bira: Está topado. Depois de ter sido assistente de um Titã como o Vetillo, será uma honra ser parceiro de outro Titã como Wilde Portela, sinto-me no meio de um filme mitológico.

Ota (pelo facebook): Ei que história é essa que fui roubado por três travecos no bordel??? Até aconteceu um roubo do gênero, mas foi quando eu estava passando pela Av. Atlântica, um traveco pediu um cigarro e o outro aproveitou pra me afanar quando eu tava distraído dando o cigarro que o um pediu. Felizmente naquela época os caixas automáticos não fechavam cedo, aí passei num e saquei grana pra voltar pra casa. Fiquei muito puto, fui fazer uma cortesia e os travecos me afanaram.

sábado, 25 de setembro de 2010

CHARGES ESQUERDISTAS E CARICATURA DE MONTSERRAT

Dilma ganha no primeiro turno e Mercadante vai disputar com Geraldo (dos pedágios, do Rouboanel e da Opus Dei), o segundo turno em São Paulo.



sexta-feira, 24 de setembro de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

ESTAREI NA BIENAL HOJE


HOJE, SESSÃO DE AUTÓGRAFOS NA BIENAL DO LIVRO EM SAMPA
Dia 21, às 16h, Bira autografa seus livros de quadrinhos no Estande 027, da Editora Limiar.
http://www.editoralimiar.com.br
Desde o ano de 2000 no mercado, a Editora Limiar se destaca no fomento à cultura, incentivando a publicação de autores brasileiros e literatura de alta qualidade.
Mais infos sobre a Bienal:
http://www.bienaldolivrosp.com.br

LOURENÇO MUTARELLI, EM SAMPA, COM MARCELO DE CAMPOS
Sábado da Memória das Artes Gráficas
Dia 24 de abril, às 14h
Biblioteca de São Paulo
Parque da Juventude
Av. Cruzeiro do Sul, 2630
(Ao lado do metrô Carandiru)
Santana – São Paulo (SP)
Tel.: (11) 2089-0800
http://www.bibliotecadesaopaulo.org.br
http://www.bibliotecadesaopaulo.blogspot.com

IVAN SEIXAS, FALHA DE S.PAULO E A DITABRANDA
http://anistia.multiply.com/reviews/item/509
"Enviei o email abaixo e não obtive resposta. Ao contrário, vi desaparecer das páginas do seu jornal qualquer referência ao assunto DITADURA VERSUS DITABRANDA, e nem mesmo o ombusdman se dignou a me dar alguma resposta....
Ivan Akselrud de Seixas

segunda-feira, 14 de junho de 2010

EXPO NA UNICAMP, TEXTO NO CCLA












PALESTRA PROFERIDA NO CCLA (CAMPINAS)
A História da Revista Ilustrada
(Duilio Battistoni Filho)


A importância que a historiografia artística tem dedicado às revistas ilustradas do século XIX é ainda recente. Quando se fala na Revista Ilustrada fundada por Ângelo Agostini, em 1876, pensa-se, de imediato, na caricatura, considerada, na época, como uma arte menor, devido à falta de técnicas modernas de reprodução de imagens nos jornais, como o clichê fotográfico e a ilustração.

O primeiro caricaturista brasileiro não foi nenhum dos fazedores de bonecos, muitas vezes, mais vivos do que seus irmãos de carne e osso. Foi um homem, não do lápis, mas da pena, o insuspeito frei Vicente do Salvador, prosador dos melhores do passado e autor de uma monumental História do Brasil. Da caricatura brasileira, pode-se, portanto, dizer, como da criação do mundo segundo a Bíblia, quando o espírito de Deus pairava sobre as águas: no princípio era o Verbo. Foi, pois, a palavra o primeiro instrumento de que se serviu o nosso primeiro caricaturista, um baiano corajoso em apontar as mazelas do governo português. A caricatura de frei Vicente não visa apenas, individualmente alguns dos reinóis imperantes na colônia, mas a todos os que desde os princípios da nação brasileira teimam em travar a máquina administrativa do país.

Antes da chegada da família real ao Brasil não se permitia a publicação da caricatura, por motivos óbvios. Ela somente aparecerá quando da decretação da Imprensa Régia, em 1808, pelo príncipe-regente D. João. Com o desembarque da comitiva real portuguesa vamos assistir a um desfile de tipos bizarros, estranhos para a população, burlescos, alvos de chacota como: fidalgos orgulhosos de sua ascendência, nobres matronas, almotacés, estribeiros-mores e damas fidalgas a serviço das senhoras da família real. No dizer de Monteiro Lobato “vem muito abatida a real majestade, a suar grosso, com as mãos gorduchas procurando endireitar as amolgaduras da coroa; na testa traz o vinco azedo das más digestões, não consegue digerir o general Junot.

Artistas estrangeiros que estiveram no Brasil após a vinda da Missão Artística Francesa, deram a sua contribuição como ilustradores, em alguns jornais brasileiros, como foi o caso de Sebastien Sisson, gravador da Ilustração Brasileira. A influência da caricatura francesa nos periódicos ilustrados do século XIX no Brasil é bastante significativa. Basta lembrar o Cherivari, homônimo do jornal francês de Honoré Daumier, onde surgiu pela primeira vez, a estilização do perfil do imperador D, Pedro II no formato de uma castanha de caju. É peculiar a ação de periódicos ilustrados que surgiram dentro de um contexto específico e com propósitos dirigidos a uma determinada causa, como foi o caso do Paraguai Ilustrado – semanário asneirótico, burlesco e galhofeiro, que atacou Solano Lopes e seu exército através da caricatura durante os primeiros anos do conflito entre o Brasil e o Paraguai.

Apesar de ter ficado conhecida como uma revista de caricaturas, a Revista Ilustrada não se firmou perante o público leitor, apenas através deste gênero de arte, mas, sobretudo, pela arte da ilustração utilizada como um veículo de notícias, quanto de crítica. As ilustrações, muitas vezes, demonstram um apuro de execução um desenho que denota a influência de nomes de relevo das academias européias, contribuindo, assim, para a vulgarização da arte em nosso país. Sob o ponto de vista político, a revista alinhava-se à ideologia do liberalismo que permeava o Brasil a partir da segunda metade do século XIX, ao fazer a propaganda, das transformações importantes que se verificam no panorama social brasileiro, principalmente na transição do modo de produção escravista para a capitalista – e político – com a adoção da República.

Deve-se considerar que a revista não se restringiu apenas nos limites da cidade do Rio de Janeiro, mas também a outras províncias do país, de norte a sul, atingindo um público bastante diverso. Não se mostrava tão somente um semanário político, mas também exerceu a função de, através da arte, informar e divertir. Denunciava o sistema de ensino oficial da Academia de Belas-Artes do Rio de Janeiro, pelo seu extremo conservadorismo em que os artistas dependiam do aparelho do Estado que lhes garantia a sobrevivência, através das encomendas que lhes fazia. É importante ressaltar que o surto urbanístico do século XIX, trouxe consigo um novo público – típico da classe média urbana com novas ideias e novos propósitos. Será principalmente a este público que a Revista Ilustrada, bem como outros periódicos de sua época, procurarão atingir com os seus trabalhos. Embora utilizasse um discurso vigoroso e, às vezes, contundente, no tratamento de problemas políticos, a revista adquiriu uma linguagem mais amena e humorística no trato dos assuntos cotidianos da cidade, do Brasil e do mundo, com resenhas noticiosas ilustradas, folhetins, contos, histórias em quadrinhos, acompanhamento constante de espetáculos teatrais circenses e musicais. Foi uma revista que atingiu a um público bastante amplo porque não dirigiu seus assuntos exclusivamente a setores mais específicos da população. Tratou de vários assuntos, tanto da esfera política como também daqueles referentes ao cotidiano da cidade.

É preciso destacar que nas páginas da Revista Ilustrada o sistema escravista foi posto em evidência através de um discurso não apenas dramático e impessoal, como também em forma de denúncia, num tom incisivo, ao relatar as injustiças do sistema refletidas no sofrimento dos cativos. Joaquim Nabuco chamou-a de “Bíblia da Abolição dos que não sabem ler”. A propaganda republicana também pode ser vista, inicialmente, de forma amena e depois mais interessante nas folhas deste semanário.

A monarquia costumava ser retratada por Agostini como algo obsoleto, sustentada pelos elementos mais conservadores da sociedade, e a figura do imperador, em particular, foi alvo contumaz do lápis chistoso do artista. D. Pedro II era representado ora adormecido nas sessões do Instituto Histórico, ora de saiote de Joaninha, aos pinotes de Lafaiete, no seu cavalinho de pau, ora nas falas do trono que o punham de pernas para o ar, com manto, cetro e coroa. Muitas críticas eram feitas ao ministério. O Barão de Cotegipe era figurado de mil maneiras, normalmente representado com seu grosso nariz recurvado, todos, entretanto, mostrando sua habilidade política. Às vezes aparecia como “leão de chácara” açambarcando o melhor bocado. Outras vezes, como “macaco velho” que não metia a mão nas cumbucas dos liberais.

A Revista Ilustrada é considerada o maior documentário ilustrado de qualquer período que nossa história conheceu, somente comparável ao que, de outra época, deixara Debret e Rugendas, na fase anterior ao aparecimento da imprensa ilustrada em nosso país, mas com a superioridade de uma arte participante. Lobato comentou que a Revista Ilustrada foi a coqueluche do fazendeiro. Quando este chegava cansado de sua faina diária no campo, apeava, entregava o cavalo a um negro, entrava, sentava-se na rede, pedia café à mulatinha e imediatamente abria a revista. Deleitava-se com os acontecimentos políticos que desfilavam perante os seus olhos e o seu rosto se iluminava de satisfação com o que lia, pois ali estava vendo o Brasil.

Resumindo, podemos dizer que a Revista Ilustrada significou uma das várias tendências artísticas do século XIX e, em particular, para o caso dos periódicos ilustrados. Representou a síntese do que foi a ação da arte na imprensa oitocentista, com uma produção fecunda, cujo conteúdo vale a pena uma reavaliação.

quinta-feira, 18 de março de 2010

BIRA DAY NO BLOG POLONÊS DE HQ ZINIOL




Graças ao contato do Marko Ajdaric (Neorama dos Quadrinhos
http://www.neorama.com.br/
entrei em contato com o pessoal da revista polaca Ziniol.
Em 15/05/09, Marko passou meu contato para Pawell e Dominick, editores da bela e alternativa revista, que tem participantes do mundo inteiro.
O contato foi ótimo, os editores muito solícitos e gentis. Mandei duas HQs "Mataram o índio Galdino" e "Eu, tu, nós", eles escolheram a primeira.
A HQ foi pulicada na Ziniol n.6.
http://www.timof.pl/Ziniol,6-komiks-pl-81.html
Aqui, o site:
http://ziniol.pl
Hoje, entrevista comigo no site, em polonês...
http://ziniol.blogspot.com

Segue a entrevista em inglês, com algumas das imagens utilizadas na entrevista.
Agradeço profundamente ao Marko, que além de ser um sérbio incansável e batalhador pela Cultura dos Quadrinhos e Cartuns mundiais, sempre abre portas para Quadrinhistas e Cartunistas brasileiros, propiciando uma saudável conciliação entre nações.

Dominik Szczesniak:
"Wow, thanks for the quick response. You really write a lot!
I'm in a middle of translation - hopefully I'll finish today, so the interview and your short stories will appear on our www tomorrow. If you could send some photo of you (it can be a caricature - most of the people interviewed in Ziniol sent me their caricatures or pictures made in photoshop) and some illustrations (maybe from Don Quixchote?).
In addition you'll find polish version of your comic."

1.Your're a cartoonist and a comics illustrator - how much is the difference between those two?
In Brazil we see the cartoonist as the graphic artist who creates generic cartoons, as those that we see in International Contests, with a focus in world themes as environment, earth’s warming, islands, pirates, etc. The Comics illustrator is specifically the graphic artist that works with Comics. But, as we can see, the cartoon gets so close to the comics, when we draw the action happening step-by-step. Some cartoons have 6 frames in one only page and it gets the Comics format, with no dialogs, as usual in cartoon language. In fact, I appreciate the north-american designation “cartoon” for any kind of drawing (editorial, animated, comics…). We also use the word “charge” (editorial cartoon) and “caricature” (when our interest is only in the face).

2. What is the situation of comic books in Brazil?
Well, the Brazilian Comics market has changed a lot. We used to buy Comics in the Newspapers’ stands in the streets. Nowadays this is the last place to find Comics magazines, when you look for them. Of course you’ll find Marvel, DC, Disney and MSP (the only Brazilian) comics there. As the publishers have preferred the book or graphic novel format, the best place to find them is the Bookstore. But also we have had a fantastic boom in the comics production (alternative line) with fanzines, independent or small publishers, since 2006. The fanzine was an important cultural happening in Brazil in the 70’s, but they appeared again.
Another fantastic Brazilian Comics wave is the Quarto Mundo:
http://www.4mundo.com
Formed by a group of active comic artists, the Fourth World aims to help distribute, sell, and exchange experiences in production of independent magazines to find ways to circumvent the problems of this production in our country.
The Fourth World is an alliance of people who publish comics with seriousness and quality from north to south of Brazil.



3. A short story of Brazilian Comics:
http://www.braziliancomics.blogger.com.br/2005_09_01_archive.html

ANGELO AGOSTINI
Although born in Italy, Angelo Agostini can be considered the first Brazilian comics artist. After making illustrations and caricatures for magazines like Diabo Coxo, Cabriao and Revista Arlequim, Agostini produced a continuing story in images for Vida Fuminense in 1869. The comic was called 'As Aventuras de Nho Quim’ or ‘Impressoes de Uma Viagem a Corte' with nine episodes, two pages each. In Revista Illustrada he’ve published 'As Aventura de Ze Caipora' in 1883. Although this comic was often interrupted, the series counts 35 episodes. In the early twentieth century appeared the O Tico-Tico magazine, for which Agostini illustrated the title. Since 1982 he has nominated the more important prize of the brazilian Comics.
Tico-tico was the first Cartoon and Comics'' Magazine in Brasil, published in 1905 (with the art of Angelo Agostini, Max Yantok, J.Carlos and Luiz Sa). It was a very popular magazine.

J. CARLOS
Is considered Brazil's best comics artist from the early twentieth century. He began his professional career in magazine O Tagarela on 23 August, 1902. Soon, he was active for almost every illustrated magazine of the time, like A Avenida, O Malho, and Para Todos. With his limpid style, he deviated from the traditional drawing styles. It was the magazine of Careta, for which Carlos worked until his death in 1950.
During his career, he created such typical Rio de Janeiro characters as ''Almofadinha and ''Melindrosa''. He portrayed the carnival, beaches, fashion and all the Brazilian customs of the time. For the juvenile magazines he created the characters of Juquinha and the little girl Lamparina. During World War II he developed a parrot with typical Brazilian manners, that inspired Walt Disney to create ''Ze Carioca''. It didn''t come to a further collaboration with Disney, but Ze Carioca remains in Disney''s line of characters until the present day.

JAYME CORTEZ
(1926 - 1987)
Portuguese comic artist Jayme Cortez began his career in the magazine O Mosquito as an apprentice of Eduardo Teixeira Coelho. For this magazine, he created various comics, like the series ''Os 2 Amigos''. In 1947, he emigrated to Brazil, where he created the comics ''Caca aos Tubaroes'' and ''O Guarany'' for the journal Diario da Noite. In 1948, he worked with Messias de Melo for Gazeta Juvenil and Gazeta Esportiva. Later, he began working for the McCann Ericson advertising company. Jayme Cortez has won several prizes for his illustrations, and his work has been exhibited in Brazil''s most important museum, the Masp in Sao Paulo.

JULIO SHIMAMOTO
He was an icon of the fifties'' brazilian Comics. He joined a team with Jayme Cortez (a portuguese illustrator, that learned to draw with the great Eduardo Teixeira Coelho), Sergio Lima, Nico Rosso, Eugenio Colonnese and Rodolfo Zalla. They drew many Terror, Comics and War stories.

SERGIO LIMA
He has drawn comics for the Disney publications of the publishing house Abril. From the early 1970s to the late 1980s, he has drawn stories with most of the characters (Duck, Mad Madam Mim, Jose Carioca).

EDUARDO VETILLO
Eduardo Vetillo drew Disney comics for the publisher Abril in the early 1990s. He has mainly done stories with 'Hard Haid Moe', but also with 'Mickey Mouse' and 'Ze Carioca'. He also drew Spectreman, Hanna Barbera and Os Trapalhoes for Ely Barbosa Studio, in Sao Paulo. I was his assistent in the years of 1979 and 1980.

LOS TRES AMIGOS
Here in Brasil, in the eighties, three cartoonists and comics creators joined to publish a magazine. They were Laerte Piratas do Tiete), Angeli (Chiclete com Banana) and Glauco (Geraldao). Some years after Adao joined them too. They have published some of more crazy and Non-sense Comics in Brasil. Glauco was tragically murdered recently.

MAURICIO DE SOUZA
His Studio sells comics and animations for many countries as Italy, South Korea, China, France, Spain and many others. He publishes Strip Comics since the 50’s. In his best times, had 300 employees.

BRAZILIAN ARTISTS PUBLISHING OUTSIDE
As Mozart Couto (Humanoides Associes), Sergio Macedo (Metal Hurlant), Watson Portela and Arthur Garcia, many artists became USA comics creators as Roger Cruz, Luke Ross, Renato Guedes, Ed Benes, Marcelo Campos and Mike Deodato Jr, drawing Superman, Hulk, Wonder Woman and others.

4. I've talked to Jose Carlos Fernandes from Portugal about differences in Brazilian and Portuguese comics. What do you think about this theme? Do you see any of them?
Of course the culture in South America is very different from the European. The Portuguese Comics have a peculiar humor sense. Is fact, also, that Brazil had more influence from USA comics than European. But we have a lot of authoraI comics that approach our production to European (names as Jose Aguiar, Laudo, Vilacha, Josmar, Seabra, Daniel Esteves, Edgar Vasques, Rodrigo Rosa can prove it). I can distinguish the Portuguese Comics (or BD, as they call it) in two phases: the classic (with Eduardo Teixeira Coelho, Jayme Cortez, Jose Ruy) and the new (Sonia Oliveira, Jose Carlos Fernandes, Luís Henriques, Filipe Faria, Manuel Morgado, Esgar Acelerado, Rui Ricardo). In Brazil, we also have this. So if I compare the portuguese and Brazilian new stuff I see more coincidences than differences.

5. What is your best achievement in comics, according to you?
My Don Quixote Comics had been nominated with the HQ MIX best Comics Adaptation Prize (2009). I spent one year with it, and was fantastic draw and paint those 88 pages. I love Cervantes narrative style.

6. Why did you choose comics? What's so fantastic about them?
My mother told me that when I was a baby, the first time I went to be vaccinated, the nurse asked her to hold me strong. But it wasn’t necessary I was hypnotized by the full colored characters in the walls. This is the thing. Comics have characters and they can do anything, talk, run, fly, swim, go to others planets, participate, dream… When I read Comics feel like going to places I’ve never dreamed about. When I create them I feel the same.

uBIRAtan libanio DANTAS de araujo
I´m 47 years old. Was born in Sao Paulo, Brazil, and live in Campinas. I drew the comics magazine ”Os Trapalhoes” from 1980 to 1982. I was member (1985) of AQC (Cartoonist and Comics Drawer Association). I published my Comics in magazines as Quadreca, Pantano, Tralha, Porrada, Megazine, Bundas, Sem Essa, Prismarte Terror, Caraminhola, Subversos, Camiño de Rato and “LULA, a winner´s history” the official comics biography of the brazilian president). I’ve created editorial cartoons to newspapers as Retrato do Brasil, Folha da Tarde, Diario do Povo, newspapers from Workers´ Unions (Sinergia, Sindipetro) and the site http://www.chargeonline.com.br

CARTOON
Since 1985 I´ve been selected in Humor Contests in Brasil as Piauí, Belo Horizonte/Caratinga (MG), Santo Andre/Ribeirao/Araras/Piracicaba (SP), UNACON (Brasília), Carioca Humor Contest and Volta Redonda (RJ), Porto Alegre/Lageado/Univates (RS), Pernambuco (FIHQ-PE).
I´ve been selected in International Contests of Cartoons as “ParaRAIL world”, from Russia and “II Rencontre du Dessin de Presse” Carquefou, France.
PRIZES:
1986-First Prize (caricature) Cartoon Contest of Belo Horizonte (Brazil)
1992-Special Prize at Humor Saloon of Araras (Brasil)
2000-Two special Prizes at Humor Saloon of Ribeirao Preto (Brazil)
2002-Merit Diplom (Zumbi dos Palmares) from Municipal Chamber of Campinas (Sao Paulo).
2003: Best Brazilian Cartoonist / Angelo Agostini Prize, First prize (caricature) at Ramiz Gökçe Cartoon Festival (Cyprus), Angelo Agostini Prize as brazilian best cartoonist.
2004- Special prize at Volta Redonda´s Humor Contest.
2005: Speaker in the World Comics Conference (South Korea).
2005: Angelo Agostini Prize as Best Brazilian Cartoonist.
2007: HQmix prize by coletive Comics book Front (Via Lettera publisher).
2008: HQmix prize Quarto Mundo.
2009: Honourable prize Redman China Cartoon Competition, First Prize Short Comics in Serbia Cartoon Fest, First Prize Strips Paraguaçu Paulista Cartoon Fest and published Comics in Ziniol, Polish magazine.